Aedes do Bem
Previsão para liberar nova geração do ‘Aedes do Bem’ em Indaiatuba é para abril, afirma Prefeitura
A nova geração do “Aedes do Bem”, mosquito geneticamente modificado para diminuir os casos de dengue, zika e chikunguya, tem previsão para ser liberada no mês de abril em Indaiatuba (SP), de acordo com a Oxitec, empresa responsável pela mutação genética da espécie, e o governo do município. O inseto transgênico é do tipo OX5034, uma evolução da modalidade que é usada em Piracicaba (SP) e Juiz de Fora (MG) desde 2015. Inicialmente, o prazo dado para a soltura era no final de 2017, mas trâmites burocráticos adiaram os trabalhos.
A Oxitec recebeu a autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em agosto e, logo depois, a Prefeitura definiu os bairros onde serão realizados os testes com o mosquito. De acordo com a administração, primeiramente as regiões escolhidas foram Morada do Sol e Cecap, mas o projeto foi ampliado também para o Jardim Itamaracá. A empresa informou que o monitoramento das áreas deve ser feito até fevereiro para iniciar a soltura em abril.
Indaiatuba será a primeira cidade do Brasil a receber a nova geração do “Aedes do Bem”, que pode ser mais eficiente e barato. De acordo com a empresa, o monitoramento consiste em desenvolver armadilhas para o Aedes aegypti , principal vetor da dengue, zika e chikungunya, para colher amostras e saber o índice de infestação. A nova linhagem do inseto será produzida na fábrica da Oxitec em Campinas e a proximidade com Indaiatuba foi uma das razões para que o município fosse escolhido.
Os custos do projeto serão todos de responsabilidade da Oxitex, que não confirmou o valor exato usado na fabricação dos insetos transgênicos. Os testes devem ter duração de 30 meses e a Prefeitura informou que está fazendo campanhas para informar a população sobre como é o processo e tranquilizar quem tem receio.
Nova linhagem
O mosquito transgênico usado em Piracicaba cruza com as fêmeas selvagens e as larvas geradas por ela, tantos de fêmeas quanto de machos, não chegam à fase adulta, diminuindo a população do Aedes na região. A nova linhagem desenvolvida tem as mesmas características da primeira, mas com a diferença de que, depois que o macho cruza, somente as descendentes fêmeas morrem.
Os novos machos herdam os genes do mosquito modificado e, após cada cruzamento, seguem as mortes somente das fêmeas, diminuindo a sua população. Os mosquitos machos não picam e nem transmitem doenças. Somente as fêmeas picam os humanos, pois precisam do sangue para produzir os ovos. Com isso, os riscos de transmissão da dengue, chikungunya e zika diminuem.
Após essa fase de testes, os resultados vão para a CTNBio, que avalia se libera ou não o uso comercial. A primeira linhagem já é usada comercialmente em Piracicaba, ao custo de R$ 30 por ano por habitante da região onde é utilizado o mosquito.
(Fonte: G1 Campinas)